A BYD encerrou julho com um recuo importante nas vendas globais de carros de passeio: pela primeira vez em seis meses, a montadora chinesa viu o volume mensal cair, totalizando 341.030 unidades vendidas em todo o mundo, uma queda de 9,7% em relação a junho. Os dados são do site especializado CarNewsChina.com.
Na comparação com julho de 2024, o número se manteve praticamente estável, com leve crescimento de 0,1%, indicando uma possível estabilização após um primeiro semestre de forte aceleração.
Sinais de desaceleração
O principal motivo para essa virada foi a queda nas vendas dos modelos híbridos plug-in, que já vinham desacelerando nos últimos meses. Apesar de ainda representarem uma fatia importante das entregas da BYD, esses modelos perderam espaço diante da crescente preferência por veículos 100% elétricos e das mudanças no ritmo de produção e incentivos em alguns mercados.
Mesmo os modelos elétricos puros, que seguem com bom desempenho em relação ao ano passado, também registraram recuo frente ao mês anterior — o que ajuda a explicar o resultado global.
Exportações ainda fortes, mas em leve queda
Outro ponto de atenção foi a leve queda nas exportações, que recuaram 10,3% em julho na comparação com junho, totalizando 80.737 veículos enviados a outros países. Foi a primeira retração mensal desde novembro de 2024. Apesar disso, o desempenho segue impressionante: em relação a julho do ano passado, as exportações cresceram 169%, refletindo a estratégia global da marca, que vem ganhando espaço na Europa, América Latina e Ásia.
Linha diversificada, resultados variados
Dentro do portfólio da BYD, os modelos mais vendidos em julho foram o Song (59.026 unidades), seguido por Qin (53.907), Seal (46.850), Seagull — conhecido como Dolphin Mini no Brasil (44.989), Sealion (31.827), Yuan (22.977) e Dolphin (19.865). Juntos, esses veículos confirmam a força e a diversidade da marca, que atua com destaque em diferentes categorias e faixas de preço no mercado global.




Entre as submarcas da BYD, o desempenho foi variado, com algumas registrando forte crescimento na comparação anual e outras apresentando recuos em relação a junho. A Fang Cheng Bao, focada em SUVs de perfil off-road, vendeu 14.180 unidades, com destaque para o Tai 3 (8.513) e o Bao 5 (4.102). Embora o volume represente uma queda de 25% em relação a junho, houve um salto de 670% na comparação com julho de 2024.
A linha premium Denza somou 8.331 unidades, recuando 28% frente ao mês anterior, mas ainda com crescimento anual de 10%. O destaque foi o monovolume D9, que representou a maior parte das vendas.
Já a marca de luxo Yangwang, mais recente no portfólio da BYD, registrou 339 unidades — número ainda modesto, mas que representa uma alta de 65% em relação a junho. O sedã U7 liderou as entregas, seguido pelo SUV U8, enquanto o superesportivo U9, modelo mais exclusivo da divisão, teve 6 unidades comercializadas no mês.




Respiro estratégico?
Apesar da queda pontual, a BYD segue com uma presença sólida no mercado global de veículos eletrificados. O mês de julho parece ter funcionado como uma espécie de respiro estratégico após um primeiro semestre de ritmo intenso, marcado por lançamentos, expansão internacional e um apetite agressivo por novos mercados.
O movimento será importante para entender se o recuo foi apenas uma oscilação momentânea ou o início de uma fase mais cautelosa para a marca que tem liderado a eletrificação automotiva no mundo.
