A Ford desenvolve internamente uma nova plataforma de veículos elétricos com foco em acessibilidade, eficiência e produção nos Estados Unidos. O CEO da montadora, Jim Farley, descreveu a iniciativa como um verdadeiro “momento Model T”. A apresentação oficial está marcada para o próximo dia 11 de agosto, em um evento no estado norte-americano de Kentucky. A declaração foi feita durante a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, em que a divisão de veículos elétricos da Ford registrou um prejuízo de cerca de US$ 1,3 bilhão, refletindo a queda nas vendas dos modelos Mustang Mach-E e F-150 Lightning.


A analogia com o Model T remete ao carro lançado pela Ford em 1908, o primeiro produzido em massa com preço acessível, que ampliou o acesso ao automóvel para milhões de pessoas. Ao usar esse símbolo histórico, Farley indica a intenção de colocar no mercado um veículo elétrico simples, barato e de larga escala.

Segundo a revista especializada Road & Track, voltada ao setor automotivo nos Estados Unidos, a nova arquitetura está sendo desenvolvida por uma equipe independente dentro da própria Ford, em um modelo conhecido como “skunkworks”, voltado para projetos inovadores com mais liberdade de decisão. Embora a montadora ainda não tenha confirmado oficialmente, a revista aponta que o primeiro modelo previsto seria uma picape elétrica de porte médio, com lançamento estimado para 2027. A plataforma deverá permitir também a produção de SUVs compactos e versões comerciais, todos com foco em custo reduzido e ampla aplicação.
O projeto surge em um momento de forte concorrência global, especialmente com o avanço dos elétricos produzidos na China, que se destacam pela integração digital, eficiência de produção e menor custo final. A Ford vê na nova plataforma uma resposta direta a esse cenário, buscando reposicionar sua linha elétrica com um produto mais acessível, voltado para o consumidor médio americano.
A apresentação de 11 de agosto deve trazer os primeiros detalhes concretos sobre essa estratégia. A expectativa é de que a nova base técnica permita à empresa ampliar sua atuação no mercado de entrada, com modelos mais simples, fabricados localmente e competitivos em preço. A Ford aposta que esse novo caminho pode recuperar sua força no setor e redefinir sua presença no mercado de veículos elétricos.
