A Honda acaba de oficializar a versão de produção do seu conceito urbano 100% elétrico, agora batizado de Honda N-One e:. O modelo, que herda diretamente o visual e a proposta do Honda Super EV Concept apresentado no início deste ano, marca a entrada da montadora japonesa no segmento dos kei cars elétricos com maior autonomia real para uso urbano.
Do conceito à versão final
Quando foi exibido como conceito, o Super EV já adiantava a ideia de um carro compacto, leve, simpático e acessível, com foco em mobilidade limpa e recursos práticos para o dia a dia. A versão de produção segue essa linha quase à risca, mantendo proporções contidas, visual marcante e soluções centradas em eficiência e praticidade — sob um pacote totalmente elétrico.

O que define um kei car
No Japão, os kei cars são uma categoria específica de veículos que seguem padrões rigorosos: comprimento inferior a 3,4 metros, largura máxima de 1,48 metro e potência limitada a 63 cv. Criados originalmente para tornar o transporte mais acessível após a Segunda Guerra, esses carros se tornaram símbolo da mobilidade urbana japonesa — e agora ganham nova vida com a eletrificação.

Visual clássico com toques futuristas
O N-One e: conserva a essência visual do modelo original, lançado em 2012 com motor a combustão, mas atualiza elementos chave para comunicar sua identidade elétrica. A frente exibe faróis de LED arredondados, uma grade discreta em preto brilhante (que abriga uma das duas portas de carregamento), e para-choques suavemente esculpidos.
Na traseira, lanternas retangulares em LED e um novo layout do porta-malas, com a placa montada mais abaixo, contribuem para o ar moderno. Rodas de 14 polegadas com desenho exclusivo completam o pacote externo, reforçando o charme retrô do modelo.
Interior simples, funcional e sem excessos
Dentro da cabine, o N-One e: aposta no minimalismo. O painel é reto, com saídas de ar quadradas, volante de dois raios e um pequeno cluster digital posicionado diretamente atrás do volante. Ao contrário da tendência de grandes telas centrais, a Honda optou por manter a central multimídia como item opcional — uma tela Honda Connect de 9 polegadas — o que ajuda a conter custos e reforça o apelo funcional.

O seletor de marchas tradicional foi substituído por botões de acionamento direto, enquanto os controles do ar-condicionado permanecem físicos. O interior utiliza materiais reciclados com cores vivas e contrastantes, e os bancos traseiros podem ser rebatidos em 50:50, ampliando o espaço de carga em um carro já compacto por natureza.
Alcance surpreendente para um elétrico urbano
A principal novidade técnica do N-One e: está na sua autonomia. De acordo com a Honda, o modelo alcança até 270 km no ciclo WLTP — padrão europeu que simula trajetos urbanos e rodoviários em condições mais próximas do uso real.
Ainda sem confirmação oficial, é provável que o modelo compartilhe o mesmo conjunto de baterias do furgão N-Van e:, que utiliza um pack de 29,6 kWh e aceita recargas rápidas de até 50 kW via corrente contínua. Esse conjunto é suficiente para garantir uso diário sem ansiedade de autonomia, com recargas pontuais durante a semana.






Energia para fora do carro
Seguindo a tendência dos modelos elétricos mais modernos, o N-One e: também virá equipado com tecnologias de V2L (Vehicle-to-Load) e V2H (Vehicle-to-Home). Isso significa que ele poderá alimentar eletrônicos, pequenos eletrodomésticos ou até colaborar com o abastecimento de energia em residências, reforçando sua função como uma solução de mobilidade inteligente.
Quando e onde estará disponível?
A Honda ainda não revelou os preços nem a data exata de início das vendas, mas confirmou que o N-One e: será comercializado inicialmente apenas no mercado japonês. Por seguir as regras da categoria kei, é improvável que o modelo chegue oficialmente a outros mercados, mas ele representa um passo claro da Honda em direção à popularização dos EVs compactos.
