Os veículos eletrificados com recarga externa já são maioria no mercado brasileiro. De janeiro a outubro de 2025, 81,6% dos eletrificados leves vendidos no país foram modelos que podem ser plugados na tomada, sejam elétricos a bateria (BEV) ou híbridos plug-in (PHEV). Ao todo, foram 138.088 unidades comercializadas, de um total de 168.798 veículos eletrificados.
Esse número representa uma mudança significativa no perfil da eletrificação nacional. Até pouco tempo, o mercado era puxado pelos híbridos convencionais (HEV e HEV Flex), que não exigem conexão à rede elétrica. Hoje, são justamente os modelos plug-in que sustentam o crescimento do setor, enquanto os híbridos sem recarga passam a ocupar uma fatia menor das vendas.
A explicação está na combinação entre infraestrutura, tecnologia e comportamento de consumo. A rede de recarga pública e semipública cresceu em ritmo acelerado: segundo levantamento da Tupi Mobilidade e da ABVE Data, o país passou de cerca de 350 pontos em 2020 para 16.880 em 2025. Essa expansão tornou mais fácil manter um carro elétrico ou híbrido plug-in em uso regular, inclusive fora dos grandes centros urbanos.
Em paralelo, o avanço tecnológico dos veículos eletrificados tornou a recarga mais rápida e as baterias mais eficientes. Os novos modelos oferecem autonomias cada vez maiores e sistemas inteligentes que equilibram o uso entre o motor elétrico e o a combustão no caso dos PHEV. Essa combinação amplia a confiança do consumidor e ajuda a reduzir o custo por quilômetro rodado.
Os números de outubro confirmam a tendência. Do total de 21.369 eletrificados emplacados no mês, 81,7% tinham recarga externa, somando 17.444 unidades. Os híbridos plug-in representaram 44,3% do total e os elétricos puros 37,4%. Já os híbridos convencionais e flex ficaram com 18,3%, mostrando que o interesse do consumidor está cada vez mais voltado para os modelos que podem ser recarregados na tomada.

A presença crescente de novas marcas também contribuiu para a mudança. Montadoras especializadas em veículos elétricos e híbridos plug-in ampliaram a oferta e reduziram o custo de entrada no segmento. Essa diversificação atraiu um público maior, interessado não apenas em tecnologia, mas também em economia e sustentabilidade.
