A General Motors anunciou um investimento robusto de US$ 4 bilhões em suas fábricas nos Estados Unidos, em uma estratégia que visa reforçar a produção nacional tanto de veículos a combustão quanto elétricos. Parte desse valor será direcionado à planta de Fairfax, no Kansas, que terá um papel-chave: será lá que renascerá o Chevrolet Bolt EV, agora reformulado para encarar o mercado como modelo 2027.
O novo Bolt chega em um momento estratégico. A Chevrolet aprendeu com os erros e acertos do passado, e agora tem em mãos um projeto mais maduro e alinhado com o perfil do consumidor americano. O modelo anterior, apesar das limitações tecnológicas, conquistou admiradores pela combinação entre autonomia, preço acessível e praticidade. Com essa nova geração, a expectativa é superar todos esses atributos.

Previsto para começar a ser produzido no fim de 2025, com provável lançamento comercial no início de 2026, o novo Bolt deve custar por volta de US$ 30 mil e entregar quase 300 milhas de autonomia (aproximadamente 480 km). Mais baixo e leve que o Equinox EV, o hatch deve se beneficiar da melhor aerodinâmica e do uso inédito de baterias LFP (lítio-ferro-fosfato) na linha GM, tecnologia que privilegia durabilidade e custo reduzido.
A base mecânica também será nova. O Bolt 2027 utilizará o conjunto Ultium — plataforma modular da GM que integra baterias, motores e eletrônica de controle em um sistema altamente escalável — com motor dianteiro semelhante ao do Equinox EV, mas adaptado a uma carroceria mais compacta e urbana. A recarga rápida deve chegar a 150 kW, uma evolução significativa frente aos 50 kW do antigo Bolt, e suficiente para garantir praticidade no dia a dia sem elevar demais o custo final.

O retorno do Bolt também ocorre em um contexto político favorável à produção doméstica, com o governo Trump incentivando montadoras a internalizar suas operações. A GM, que já é a segunda maior vendedora de elétricos nos EUA, atrás apenas da Tesla, com mais de 62 mil unidades comercializadas até maio deste ano, sinaliza que não pretende abrir mão da liderança nesse segmento.