A Xiaomi não está apenas entrando no mercado de veículos elétricos – está deixando claro que veio para liderar. A gigante da tecnologia acaba de adquirir um novo terreno de mais de 485 mil metros quadrados em Yizhuang, distrito industrial de Pequim, com foco exclusivo na ampliação da sua capacidade de produção automotiva. A movimentação reforça o compromisso da empresa em transformar sua ousada entrada no setor de mobilidade elétrica em um império industrial com base sólida.
O investimento, de aproximadamente 635 milhões de yuans (cerca de US$ 88 milhões ou R$ 480 milhões), foi realizado por meio da subsidiária Xiaomi Jingxi Technology Co. Ltd., e amplia ainda mais o complexo fabril onde o sedã SU7, primeiro modelo elétrico da marca, já é produzido. O local, estrategicamente posicionado ao lado das fases 1 e 2 da fábrica, deve abrigar a possível terceira etapa de expansão.

Carros com alma de smartphone
Desde que anunciou sua entrada no setor automotivo em 2021, a Xiaomi vem aplicando sua expertise em eletrônicos de consumo em veículos que se conectam diretamente com o estilo de vida digital de seus usuários. O SU7, lançado em março deste ano, é um exemplo claro: visual arrojado, interface de usuário fluida, integração total com dispositivos móveis e desempenho surpreendente. Agora, com o anúncio do SUV elétrico YU7, previsto para ser revelado no fim de junho, a marca mira em um segmento ainda mais competitivo — e lucrativo.





Os SUVs elétricos representam uma das maiores fatias de crescimento no setor automotivo, com destaque para modelos como o Tesla Model Y, atual líder de vendas no segmento. O YU7 foi projetado justamente para competir diretamente com esses veículos. O modelo terá versões com três níveis de motorização, incluindo uma versão topo de linha com até 690 cv de potência, aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,23 segundos, e arquitetura de 800 volts para recarga ultrarrápida — capaz de recuperar até 620 km de autonomia em apenas 15 minutos.
Além disso, o YU7 oferece autonomia superior a 800 km no ciclo CLTC e um pacote tecnológico avançado com condução assistida (ADAS) nível 2+, sistema de radar LIDAR, e integração nativa com o ecossistema HyperOS, o mesmo presente nos smartphones da marca. No interior, o modelo aposta em acabamento premium com couro Nappa, assentos com função massagem, sistema de infotainment imersivo com chip Snapdragon 8 Gen 3, e HUD (head-up display) panorâmico.





Infraestrutura pensada para escala e serviços
A aquisição do novo terreno segue o padrão industrial “seis conexões e um nivelamento”, que acelera o processo de construção e operação da planta. Mais do que uma linha de montagem, a área também deve servir para desenvolvimento de componentes, serviços agregados e suporte completo à cadeia de mobilidade elétrica. A Xiaomi sinaliza com isso um modelo de negócios que vai além da fabricação: inclui desde venda e aluguel de veículos até infraestrutura de recarga e serviços de pós-venda integrados.

Mobilidade inteligente como plataforma
A expansão da Xiaomi em direção à mobilidade elétrica confirma uma tendência irreversível: o carro do futuro será uma extensão do smartphone — e vice-versa. Com domínio sobre software, integração digital e agora uma base industrial robusta, a Xiaomi está posicionada para transformar o veículo elétrico em um hub de experiências conectadas, intuitivas e escaláveis.
Para o consumidor, isso se traduz em modelos com recarga rápida, amplo ecossistema de serviços, manutenção simplificada e, acima de tudo, uma nova forma de se relacionar com o automóvel.