No Brasil, a Volkswagen ainda engatinha no mercado de veículos elétricos para o consumidor comum. Modelos como o ID.4 e a charmosa ID.Buzz – a releitura elétrica da Kombi – estão disponíveis apenas através do programa de assinatura VW Sign&Drive, com preços que partem de R$ 4.990 a R$ 8.990 por mês. Um modelo de acesso restrito, voltado para nichos e testes de aceitação de mercado. Mas no segmento de veículos comerciais, a história é bem diferente: a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) não apenas entrou na disputa — ela lidera.
A marca acaba de anunciar um feito relevante: seus veículos elétricos já somam mais de 3 milhões de quilômetros rodados em testes. Trata-se de uma conquista técnica e simbólica, que confirma a maturidade da sua linha elétrica. Desde o lançamento do e-Delivery em 2021, a VWCO vem ampliando e refinando seu portfólio com foco em empresas de logística, transporte urbano e operações sustentáveis.
Hoje, são mais de 50 testes específicos, conduzidos em ambientes diversos — ruas, rodovias, pistas de prova e operações reais com clientes. A estratégia é clara: desenvolver produtos prontos para o uso severo da rotina urbana e intermunicipal, com foco na confiabilidade, custo operacional e impacto ambiental.
Além do e-Delivery, a empresa também apresentou seu primeiro ônibus 100% elétrico, o e-Volksbus, voltado ao transporte coletivo urbano. Ambos os modelos fazem parte de um ecossistema que busca não apenas a substituição do diesel, mas a construção de soluções de mobilidade integradas e sustentáveis.

O resultado dessa aposta é tangível: em 2024, a Volkswagen Caminhões e Ônibus encerrou o ano como líder em vendas de veículos de carga elétricos no Brasil. Mais que performance de mercado, essa liderança representa uma contribuição ambiental significativa. Segundo a empresa, seus modelos já evitam a emissão de mais de 15 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano, em relação a veículos movidos a diesel.
A leitura é clara: se no varejo a Volkswagen ainda trata a eletrificação com cautela, no transporte de cargas e passageiros ela vem ditando o ritmo da transição energética no setor automotivo nacional. A aposta em veículos comerciais elétricos dialoga diretamente com as demandas de empresas que buscam reduzir sua pegada de carbono sem comprometer eficiência.